terça-feira, 12 de dezembro de 2017

# Costa Oceânica do Estado da Bahia - BA: Belezas naturais estonteantes onde o Brasil foi "descoberto" - Parte I - Costa das Baleias

Costa Oceânica do Estado da Bahia - BA (Foto: Google)
Toda a costa marítima do Estado da Bahia - BA é um presente de Deus, pelas belezas naturais estonteantes do litoral, que foi a região onde os desbravadores viajantes Portugueses fizeram os primeiros contatos com a TERRA DE VERA CRUZ, história pura do Brasil. Atualmente o  próprio Governo do Estado e o setor turístico batizaram trechos dessa orla, com nomenclaturas para facilitar a identificação de sequências de cidades praianas, que vai rumo sul-norte desde a fronteira com o Estado do Espírito Santo - ES até Sergipe - SE. São 900 km de costa banhada pelo Oceano Atlântico, o maior litoral regional das Américas em extensão.

Desembarque de Cabral em Porto Seguro (1500) - Óleo sobre tela de Oscar Pereira da Silva (Foto: Google)
Descreverei, a seguir, algumas cidades e praias do litoral baiano que visitei várias vezes, desde a minha primeira viajem à Bahia em 1979. Muitas dessas cidades e praias, à época que visitei, não estavam inclusas em nenhuma rota turística: eram praticamente desconhecidas.

COSTA DAS BALEIAS

É a região litoral do extremo sul da Bahia-BA, composta pelas cidades de Mucuri-BA, Nova Viçosa-BA, Caravelas-BA, Alcobaça-BA e Prado-BA. Inclui também o arquipélago de Abrolhos, que abriga um berçário de baleias jubarte e a Reserva Extrativista de Cassurubá.

Alcobaça-BA - Vista da Praia da Barra até a Praia dos Coqueiros (Foto: Google)
ALCOBAÇA-BA: As cidades de Alcobaça-BA e Prado-BA estão na fronteira da Costa das Baleias com a Costa do Descobrimento. Mas considero as duas cidades como parte da Costa das Baleias, pelo fato de estarem mais no extremo sul do Estado da Bahia. O acesso para essas cidades é pela BA-001.

Alcobaça-BA: Portal de acesso à cidade (Foto: Google)
Alcobaça-BA: Av. Atlântida (Foto: Google)

Alcobaça-BA: Praia do Farol - Final da Av. Atlântida (Foto: Google)
O que mais me chamou a atenção em Alcobaça-BA, com aproximadamente 25 mil habitantes, foi a Av. Atlântida: uma beira-mar espetacular, bem urbanizada, com casas residenciais e de veraneio, barracas fixas, areia larga e com vista para o mar aberto. Também a barra do Rio Alcobaça é um espetáculo à parte, belíssima. O ponto negativo foi a qualidade da água do mar para banho, devido a chegada das águas do Rio Alcobaça e as correntezas permanentes. Mas a beleza da orla de Alcobaça-BA é indiscutível. Em linha reta, paralela ao mar, encontram-se as seguintes praias: Praia da Barra, Praia do Centro, Praia do Farol e Praia dos Coqueiros.

Alcobaça-BA: Igreja Matriz São Bernardo (Foto: Google)
Alcobaça-BA: Vista aérea do lado do rio (Foto: Google)
O nome da cidade é uma homenagem dos pioneiros portugueses, fundadores da Vila de Alcobaça em 1772, oriundos da cidade de Alcobaça, distrito de Leiria, a 100 km de Lisboa em Portugal. A vila foi promovida à condição de cidade em 1896.



PRADO-BA: Seguindo a BA-001 no sentido sul-norte, depois de 52 km de Alcobaça-BA encontramos a cidade de Prado-BA. Também era uma vila em 1755, passando à categoria de cidade em 1896. Atualmente estima-se uma população de aproximadamente 30 mil habitantes, tornando-se uma das cidades mais visitadas no roteiro turístico da Bahia, juntamente com Alcobaça-BA.

Prado-BA - Vista aérea (Foto: Google)

Prado-BA - Igreja Matriz (Foto: Google)

Prado-BA - Rua típica de povoado (Foto: Google)

Prado-BA - Rua típica de povoado (Foto: Google)
Prado-BA - Beco das Garrafas (rua famosa de bares e restaurantes)


Prado-BA tem uma particularidade: o status é de cidade, mas o espírito é de um povoado acolhedor. Percorrendo as ruas, avenidas, o centrão e a pracinha da Igreja Matriz, temos a impressão de estarmos no século XIX, o que ocorre com muitas cidades da era colonial do Brasil.

Prado-BA - Praia do Centro (Foto: Google)
Prado-BA - Praia de Novo Prado (Foto: Google)

BA-001: Acesso às praias afastadas do centro de Prado-BA (Foto: Google)
Prado-BA - Praia da Paixão, à 11,5 km do centro pela BA-001 (Foto: Google)
Além das praias no perímetro urbano da cidade de Prado-BA, como a Praia do Centro e de Prado Novo, seguindo rumo sul-norte encontramos praias mais afastadas do centro e bastante famosas, como a Praia da Paixão, Praia dos Namorados e a Praia do Totorão, todas ótimas para banho, com água morna e beleza integrada com mata nativa, falésias e mar aberto.



BALNEÁRIO PRAIA DE GUARATIBA-BA: Fiquei surpreso quando me hospedei nesse balneário, pela infraestrutura do lugar, com ruas planejadas e largas avenidas, casas de veraneio, pousadas e hotéis com quadras de tênis e campos de futebol, um pequeno estuário, trilhas pela mata nativa e uma bela praia. O acesso é super fácil, pela BA-001 - Rodovia Alcobaça-Prado, no km 10. Abro aqui uma exceção para citar onde fiquei: o Hotel Villa Esmeralda (Av. Lago Maggiore, Quadra 123). Esqueça o agito, é um oásis maravilhoso para descansar e extremamente familiar: espetaculares chalés, restaurante com comidas típicas padrão internacional, piscina grande com água natural morna e límpida, a 100 metros da praia. Passei uma semana desfrutando da paz do lugar e queria ficar mais.

Praia de Guaratiba-BA (Foto: Google)
Praia de Guaratiba-BA (Foto: Google)

Praia de Guaratiba-BA: amanhecer (Foto: Google)


Praia de Guaratiba-BA: um dos acessos à praia (Foto: Google)
Observo apenas que nas proximidades do hotel, no extremo norte do balneário, a praia, apesar de bela, não é adequada para banho. O mar é violento, devido as fortes correntezas. A areia da praia é dura e há uma camada de lama de mangue exposta e algas. Além disso, o mar avançou e destruiu alguns imóveis pé na areia. Mas é excelente para caminhadas e, mais à frente, encontra-se um trecho melhor para banho. Enfatizamos que deve-se ter muito cuidado com as correntezas. Fora isso, o lugar é um luxo.

BACR

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

# DE MOTO: Brasília-DF a Caldas Novas-GO

BR-060: Trecho Brasília/DF - Goiânia-GO (Foto: Google)
Quem vai a Caldas Novas-GO de moto ou carro, partindo de Brasília-DF, há duas rotas a seguir: por Goiânia-GO (BR 060) ou por Luziânia-GO (BR 040). Os dois caminhos são bons, mas com características de viagem distintas.

BR O60 - De Brasília-DF a Caldas Novas-GO, passando por Goiânia-GO, temos a BR 060: é uma estrada federal de pista dupla, bem pavimentada, sinalizada e há pedágios. No universo do motociclismo estradeiro essa BR ficou recentemente batizada como Rota 60, com diversos pontos de parada para descanso, boas lanchonetes, restaurantes, shopping, fábricas, alguns povoados e três cidades (Alexânia-GO - 76 km, Abadiânia-GO - 102 km  e Anápolis-GO - 150 km) até chegar em Goiânia-GO - 194 km. E o principal: belíssimas paisagens! O limite de velocidade é 110 km/h em alguns trechos.

A BR 060 tem início no entroncamento da Saída Sul, em Brasília, com a BR 040. Segue ao lado da cidade satélite Núcleo Bandeirante-DF, até o encontro da BR-153 (Belém-Brasília ou Transbrasiliana) em Anápolis-GO. A partir daí, a BR-060 mescla-se com a BR-153, que segue rumo à Itumbiara-GO e ao sul do País.

BR-153: Trecho Goiânia-GO - Itumbiara-GO (Foto: Google)
Já na BR-153, após passarmos por Goiânia, Aparecida de Goiânia e Hidrolândia, devemos ter atenção para a entrada com destino a Caldas Novas. É a esquerda, depois do pedágio, precisamente no km 554, pelo acesso a uma via marginal (à direita) que passa em frente a um posto de gasolina, até uma rotatória (balão). Há placas indicativas. Desse ponto em diante, seguimos pela GO-217, passando pela cidade de Piracanjuba-GO (Av. João Costa e Silva) até mesclar-se com GO-139, que dá acesso finalmente à Caldas Novas pela GO-213.

A condição das estradas de acesso a Caldas Novas-GO são boas, porque quase a totalidade foi reformada, oriundas de todas as regiões, mas deve-se ter cuidado: em alguns trechos há curvas perigosas e pouco ou quase nada de acostamento. Também há trechos ainda em obras, o que requer olho vivo redobrado. Além disso, o trânsito é capcioso, principalmente nos finais de semana: o ritmo é intenso e veloz. E há muita imprudência.

Cultura e turismo – O que vemos a partir de Brasília até Caldas Novas são paisagens belíssimas. As terras, geralmente grandes fazendas, são produtivas e bem cuidadas, como em todo o Centro-Oeste. Há abundância de produção de soja, milho, sorgo e gado, além de outras culturas agrícolas. A mata do cerrado também é bela e peculiar. E há fartura de captação de águas: fontes naturais, riachos, rios, represas e lagoas. Saindo do asfalto, encontramos casas coloniais, engenhos, carros de boi e casas de farinha. Um espetáculo do Brasil Colônia. Algumas fazendas se tornaram hotéis fazenda e casarões antigos em pequenas sedes de comércio: lanchonetes, restaurantes, lojinhas, bazar, mercearias etc. O Brasil é espetacular e riquíssimo, tanto economicamente quanto culturalmente!

BR 040 - Outra opção para quem quer ir a Caldas Novas-GO, partindo de Brasília-DF, é pela BR 040, duplicada: também pela Saída Sul, passando pelo bairro Park Way, chega-se até Luziânia-GO a aproximadamente 45 km. Após entrar na via principal da cidade, a Av. Alfredo Nasser, pega-se a GO-010 (em frente a um posto de gasolina à esquerda, depois de um semáforo) até Vianópolis-GO (105 km), seguindo as placas indicativas. Daí, a São Miguel do Passa a Quatro-GO, são 101 km pela GO-139. Em seguida, depois de 20 km, chega-se a Cristianópolis-GO, e vamos até o cruzamento com a GO-213, que finalmente dá acesso a Caldas Novas-GO, totalizando 300 km percorridos a partir de Brasília-DF.

Atenção – Nesse percurso deve-se ter bastante atenção nas estradas, que são estaduais (mão e contramão). Em geral o asfalto é bom, mas são estradas apertadas e bastante sinuosas, que geram um certo perigo. Fora de temporada, são estradas desertas, com pouco trânsito. Na alta temporada, o trânsito é intenso e veloz e, como em todo o país, há irresponsáveis nas pistas e bastante imprudência.

Clima – Também é superimportante verificar as condições do clima pois, nas grandes estiadas do cerrado no Centro-Oeste, o problema da baixa de umidade do ar é agressivo: a pele resseca, sangramento pelo nariz, olho seco, sede excessiva e falta de ar para respirar. Por isso, leve consigo bastante água, para hidratar o corpo. Molhe o rosto com água continuamente. As paradas de descanso são obrigatórias, para que a viagem se torne confortável. Em tempo de chuva, pilotar com equipamento adequando e olho vivo redobrado nas estradas e no trânsito. Não siga viagem com chuva forte. Além disso, motos e carros deverão estar devidamente revisados.

BACR

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sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

# CALDAS NOVAS – GO: Meca das águas quentes, transbordando de gente

A cidade de Caldas Novas-GO está situada no sul do Estado de Goiás, aproximadamente a 300 km de Brasília, 160 km de Goiânia e a 183 km de Uberlândia-MG. Minha primeira viagem a cidade foi no início da década de 90, quando ainda existia um clube espetacular chamado Berro D'Água: extremamente familiar, privativo, com área de camping, piscinas de água corrente a 32 graus (uma rasa grande com bar molhado, outra grande funda para adultos e outra menor rasa para crianças, com um chafariz no modelo cogumelo no centro da piscina e com uma ornamentação de águas em cascata, que era a felicidade das crianças). Também havia o Hotel Paineiras: amplo, muito confortável, apartamentos com garagem privativa estilo primeiro andar e térreo, três piscinas de água quente, bosque, tobogã, campo de futebol gramado, ótima localização, camping e preço justo.

Caldas Novas - Localização geográfica (Google)
Já conheci Caldas Novas desenvolvida, comparando com outras cidades do interior do Brasil, e sempre fiquei hospedado na zona central da cidade ou no tranquilo Bairro do Turista, conjugado ao centro e onde ficava o querido clube Berro D’Água e o Hotel Paineiras, que infelizmente não existem mais, assim como centenas de casas residenciais e casas de veraneio. Também até o final da década de 90 a cidade ainda conservava aquele maravilhoso sossego de cidade do interior, com aproximadamente 25 mil habitantes. A motivação para irmos para lá era obviamente as águas termais e exatamente a tranquilidade do lugar. Andava-se devagar, arrastando chinelos, ruas limpas, pracinha central com jardins e árvores frondosas, coreto e igreja matriz no estilo colonial. Não havia engarrafamentos, mar de espigões (havia poucos), e a vida ali corria calma e com uma certa camaradagem generalizada: no comércio, hotéis, clubes etc etc. Recebíamos tratamento cortês em todo lugar. Em síntese, era um porto seguro para se descansar, e era para lá que íamos (eu, esposa e filhos) quatro vezes por ano, sem fazer reservas antecipadas.

Caldas Novas: vista aérea 2017 (Foto: Google)

Igreja Matriz: fachada frontal (Google)

Igreja Matriz: fachada lateral à esquerda (Foto: Google)

O tempo passou ... e a cidade expandiu sobremaneira com o turismo de águas termais. Aeroporto com voos chater, grandes ruas e avenidas, reforma das estradas de acesso a cidade e da pracinha central, que era e ainda é maior point de Caldas Novas: extinção do coreto, reforma da igreja matriz e anexos com grades de proteção, instalação de jatos d'água sobre pressão que sai do piso da praça com iluminação especial. Quando estão funcionado, ajudam a amenizar o clima seco do cerrado e também servem como uma atração à parte.

Também houve uma revitalização do comércio ao redor da pracinha, extinguindo o trânsito de carros em uma via lateral, que tinha uma banca de revista e um o ponto inicial do trenzinho de passeio turístico pela cidade. O respectivo espaço foi cedido para bares e restaurantes: há  uma cultura de abordagem permanente dos funcionários aos transeuntes, com convites para se consumir ali. Também houve uma multiplicação dos espigões (apartamentos, hotéis etc), loteamento das áreas adjacentes da cidade, criação de novos clubes, hotéis pequenos e de grande porte, resorts, casas e espaços para shows etc etc. Enfim, o progresso chegou e alterou o ritmo da cidade.

Praça Central: movimento das águas à noite (Foto:Google)

Praça Central: movimento das águas durante o dia (Foto:Google)

Ainda continuo indo para lá pelo menos uma vez por ano, porque de fato gosto muito da cidade e das águas termais, que fazem um grande bem para a saúde e nos tira a tensão do dia a dia, além das boas estradas de acesso, que também me motiva a ir muitas vezes de moto. Mas chego e não circulo mais pela cidade e, principalmente, pela pracinha central: fico em campings, hotéis ou pousadas, e evito sair. Não dá, pela quantidade de pessoas e carros nas ruas. Parece que há um permanente 'espírito' de carnaval ou feriadão: multidões, multidões e multidões para serem atendidas em tudo. Certa vez, faltou até gasolina nos postos da cidade.


Caldas Novas - Bairro do Turista 2017 (Foto: Google)
Bem, sei que temos que aceitar a realidade, evidentemente. Mas quando ela muda para valer, se quisermos continuar a viver, temos que nos adaptar. É o que temos que fazer. Mas tenho saudade de Caldas Novas antiga, levando meus filhos para o Berro D'água ou para o Paineiras que eram fantásticos e, nos finais de tarde, comer algodão doce com as crianças na pracinha central e ouvir a retreta tocar músicas regionais ou infantis. Era o tempo que a cidade nos recebia com calma e sossego. Bem, atualmente, sou somente mais um turista que pode gastar em uma cidade de aproximadamente 85 mil habitantes.

BACR

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quarta-feira, 29 de novembro de 2017

# BARRA VELHA - SC – Belas praias junto à BR 101

Percorrendo a rota Sul - Sudeste pela BR 101 encontra-se a cidade de Barra Velha - SC, que foi colonizada pelos açorianos, tem aproximadamente 18 mil habitantes e está a 131 km de Florianópolis e a 49 km de Joinvile-SC. A cidade tem 20 km de orla com 8 praias: Praia do Grant, Praia de Itajuba, Praia Costão dos Náufragos, Praia da Península, Praia Central, Praia do Tabuleiro, Praia do Sol e Praia Pedras Brancas e Negras.

Av. Avelino José Borges - Barra Velha/SC (Foto: Google)

Praia do Tabuleiro, Praia do Sol e Praia Pedras Brancas e Negras – São praias interligadas. A primeira coisa que chama a atenção de quem passa por ali é constatar o privilégio de Barra Velha ter uma faixa de terra com praias paralelas a BR 101 e com início antes da entrada oficial da cidade. É belíssima a paisagem do mar, que quase encosta na BR em alguns trechos, com um costão urbano em linha reta por quase 7 km.

A partir da BR, entrando em qualquer rua no sentido orla, encontra-se a espetacular Av. Avelino José Borges: uma bela beira-mar (curiosamente muito estreita para ser uma avenida) com calçadão, ciclovia, coqueiros e bonitas casas residenciais. Mas apesar de bela, a avenida precisa ser melhor cuidada ao longo do trajeto, com obras de paisagismo, calçadas do lado residencial e comercial, um calçadão padronizado e alargamento da via.

No sentido sul-norte, a Av. Avelino José Borges tem início a partir da esquina com a Rua Rondônia no bairro Tabuleiro (em alguns pontos há escadarias para o acesso à praia) até se mesclar com a Av. Beira-Mar na bonita Praia Central, que também carece de melhores cuidados de paisagismo. Mas percebi que pela numeração dos casas a via tem início oficial após a Praia Central, no sentido inverso, ou seja: norte-sul.

Todo esse trecho é, ao meu ver, a cereja do bolo da cidade, mas parece um pouco inexplorada. Procuramos um lugar para almoçar (eu e esposa), mas somente há um restaurante na beira-mar.

Outro ponto positivo é que, junto a BR já se desenvolve um comércio local com lojas, bares, restaurantes e lanchonetes, o que melhora a infraestrutura próximo a uma praia urbana. Gostei muito desse trecho da cidade, até pelo fácil acesso de quem trafega pela BR 101, que serve, no mínimo, para um pequeno descanso de viagem.

Lagoa de Barra Velha e Praia da Península (Foto: Google)
Lagoa e Praia da Península - Vista final (Foto: Google)
A partir da Praia Central, no sentido norte-sul, começa a Praia da Península, na região da Lagoa de Barra Velha. Também junto a orla, formando um belo conjunto em linha reta até a chegada ao mar (barra) do Rio Itapucú. A via de acesso é a Rua Armando Pretelli, uma beira-mar parcial, sem pavimentação, com início na Av. Paraná e após uma rotatória (balão), em frente a uma pequena pracinha. 

BACR

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segunda-feira, 27 de novembro de 2017

# FLORIANÓPOLIS – Praias de alguns bairros

Praia de Rio Tavares - Sul da Ilha - Florianópolis/SC (Foto: BACR)
Conheço Florianópolis desde 2003 e já retornei à cidade sete vezes, com longos períodos de estadia. É admirável a evolução no decurso dos anos em vários aspectos: crescimento populacional (principalmente de imigrantes nacionais e internacionais que um dia conheceram a cidade como turista), urbanização, revitalização do centro histórico e de alguns bairros, surgimento de novos, comércio forte, reforma de vias de acesso à cidade, aos bairros e às praias. Algumas delas já foram desertas um dia mas, atualmente, devido a explosão" para o turismo, não mais. Os moradores reclamam desse detalhe: o acolhimento ao turismo forte satura a cidade. Além disso, Floripa tem uma característica peculiar: a maioria dos bairros estão afastados do centro, ou uns dos outros, por grandes áreas com vegetação nativa.

As praias se subdividem basicamente em duas regiões: Norte da Ilha e Sul da Ilha. Considerando a expansão demográfica e o grande número de visitantes que querem desfrutar da cidade e das praias, os engarrafamentos de carros são constantes, algo impensável anteriormente. Pelo mesmo motivo, aconselho, antes de entrar no mar, se informar sobre a balneabilidade da água, pois há vários pontos impróprios para banho: acesse <<< http://www.fatma.sc.gov.br >>>. Há bastante campings na cidade e região. Dessa forma, observo que somente irei comentar sobre praias que de fato visitei: a Ilha tem mais de 100 praias mapeadas.

FOTOS – Em geral as fotos ilustrativas deste blog são de autoria do autor. Excepcionalmente, quando o autor não tiver fotos de boa qualidade do lugar comentado, utilizará fotos de outras fontes, citando-as. Caso essas fontes não concordem com a utilização de suas fotos neste blog, entrar em contato com o autor (BACR: veja e-mail no perfil), que imediatamente serão retiradas. 


Norte da Ilha

Praia de CACUPÉ – Cacupé significa “verde por trás do morro” em tupi-guarani. É o nome de um bairro tradicional (nobre) de Floripa com praia, há 18 km do centro. Tem boa infraestrutura, com avenida beira-mar (mas a nomenclatura correta é Estrada Haroldo Soares Glavan), bons restaurantes, residências classe média alta, condomínios e onde está o complexo turístico do SESC (ótimo custo-benefício). É uma praia que não se vê banhistas, utilizada mais para passeios no calçadão e com uma bela vista de Florianópolis do lado oposto à Baia Norte. Os locais, ou "manézinhos" como são carinhosamente chamados os nativos da Ilha, praticam pesca artesanal, inclusive à noite. É a terceira praia depois do centro no sentido Norte da Ilha (SC-401 – Rodovia José Carlos Daux), de mar calmo porque faz parte da Baia Norte como já citei. A primeira praia é João Paulo e a segunda é Saco Grande, bairros de classe média, mas não as visitei.

Praia de Cacupé (Foto: Google)
O viajante de primeira viagem deve ter muito cuidado para entrar no bairro Cacupé, pois não há muitas placas indicativas. O acesso é por um via marginal à direita da SC-401,  no Km 11,4, em frente à Speck Engenharia (fiz a citação somente como referência), segunda entrada depois de uma passarela ou pequeno viaduto, que lá se chama “elevado”. Seguir pela marginal até passar por baixo da SC-401, à esquerda, que dá início à Estrada Haroldo Soares Glavan. Na primeira vez é um pouco complicado mas, como toda Florianópolis, rapidinho fica fácil.


Praia de SANTO ANTONIO LISBOA e SAMBAQUI – Praias tradicionais de Florianópolis, há 20 km no centro, onde o destaque é a riqueza história do lugar colonizado pelos açorianos. O bairro é famoso pelo bares e restaurantes de comidas típicas e culinária de frutos do mar, além de uma arquitetura peculiar tombada pelo patrimônio público.

Praia de Santo Antônio Lisboa (Foto: Google)
Santo Antônio Lisboa - Arquitetura Açoriana (Foto: Google)

Praia de Sambaqui (Foto: Google)

Praia da DANIELA – Há 29 km do centro de Florianópolis, curiosamente o bairro de classe média “Daniela” tem esse nome devido a homenagem de um empresário do ramo imobiliário para a netinha na década de 70. Se caracteriza como um balneário misto planejado (loteamento), com residências, casas de veraneio (também por temporada), algumas pousadas e nenhum hotel. O comércio local é modesto e só há uma via de acesso, a SC-400, que bifurca com a SC-401 (atenção: vindo do centro pela SC-401 a entrada é à direita; há placas indicativas, e passa-se por um elevado). A praia é familiar, de mar calmo, de frente para a Baia de São Miguel, areia dura e há mangues em alguns trechos. Há bastante estacionamento e ruas largas. Quando chove várias ruas alagam, devido ao lençol freático alto. O acesso à praia é por pequenas trilhas pela vegetação de restinga, com areia fofa.

Praia da Daniela - Vista aérea (Foto: Google)

Praia da Daniela (Foto: Google)

Praia de JURERÊ – É a praia mais badalada de Florianópolis, há 27 km do centro. Pode-se acessar pelo mesmo caminho de Daniela (SC-400) ou mais na frente seguindo reto pela SC-401. Com 3,2 km de extensão e com uma pequenina faixa de areia, principalmente na maré alta, areia dura, branca (ou um poucos amarelada) e mar calmo, porque fica de frente para a Baía Marítima Quinta dos Ganchos.

Praia de Jurerê Internacional (Foto: Google)
Na alta temporada, devido a multidão de frequentadores, a praia fica quase intransitável. Há várias barracas de alvenaria com boa infraestrutura para os clientes, com passagens para a praia com deck de madeira, pela vegetação de restinga. Há banheiros públicos, mas o comércio local não é receptivo para àqueles que querem somente usar o wc e não consomem no estabelecimento (por serem particulares, são limpos). A dica é consumir qualquer coisa e ir ao banheiro depois.

Praia de Jurerê Tradicional (Foto: Google)
Também há um calçadão para caminhadas com ótima infraestrutura, o Passeio dos Namorados, muita arborização, bancos para descanso, sombras imensas, bom paisagismo que aproveita a vegetação nativa e muitos pássaros. O trânsito na alta temporada é pesado e requer cuidado redobrado. O bairro está dividido em dois status: Jurerê Tradicional (antiga colônia de pescadores e agricultores) e Jurerê Internacional (antiga Praia da Ponta Grossa). No extremo à esquerda, há a Fortaleza de São José da Ponta Grossa. A parte “internacional” é uma área de loteamento e casas de alto padrão, com excelente urbanização e comércio forte, muito arborizada e com ruas amplas e largas avenidas. Há muitos hotéis, pousadas, shopping a céu aberto e um camping (se não me engano) bastante disputado. É comum ver carros também de alto padrão transitando ou estacionados em frente às casas o que, para mim, é uma ostentação desnecessária. Da praia vemos barcos, lanchas, veleiros e iates cruzando ou ancorados no mar de Jurerê. Há casas de festas no lugar que, quando funcionam, aumentam consideravelmente o trânsito, o barulho e o lixo nas ruas.


Praia dos INGLESES – Há 36 km do centro de Florianópolis (SC-401, entrar à direita na SC-403 a partir de Vargem de Fora, há placas indicativas), também é chamada pelos nativos de Praia da Zinga. É extensa (aproximadamente 5 km), plana, de areia dura, mar aberto e muito urbana. A qualidade da água do mar é crítica, pois há muitas águas pluviais e riachinhos que chegam ao mar. É necessário verificar a balneabilidade da água no dia, para entrar com tranquilidade no mar. No extremo à direita, há chegada de barcos de pesca, um morro e um pontão com arte ruprestre. A vida noturna é intensa, com comércio nas calçadas, música ao vivo, lojinhas, bares, pizzarias e restaurantes. As ruas são estreitas e, quando chove, em alguns trechos alagam. No extremo à esquerda faz fronteira com a Praia Brava, point de surf. Há acesso para a Praia Cachoeira do Bom Jesus. A partir daí, à esquerda vai para a Praia de Canasvieiras e, à direita, para a Praia de Ponta das Canas (onde há um belo mirante) e em seguida à Praia da Lagoinha.

Praia dos Ingleses (Foto: Google)

Praia CACHOEIRA DO BOM JESUS – O bairro deu nome à praia e é tipicamente frequentada por moradores, mas há muitas pousadas, casas residenciais e também casas de veraneio e kitnets por temporada. Na verdade, essa é uma região do Norte da Ilha com três praias juntas, que formam uma grande enseada de mar aberto composta por Canasvieiras, Cachoeira do Bom Jesus, Ponta das Canas e Lagoinha, nesta sequência da esquerda para a direita.

Praia Cachoeira do Bom Jesus (Foto: Google)

Praia de CANASVIEIRAS – Tem as mesmas características da Praia dos Ingleses, com 2,2 km de extensão com areia larga, mar aberto e de certa forma calmo, muita urbanização com inúmeras pousadas, pequenos hotéis, residências e casas de temporada, condomínios de apartamentos, bares e restaurantes de várias nacionalidades e brasileiros. Há bom acesso ao mar, ao final de ruas e vielas. Há bastante estacionamento. Assim como toda a região ali, é muito frequentada principalmente por hermanos, tendo como atrativo as diversas opções de hospedagens por temporada. É uma boa praia, nesse sentido.

Praia de Canasvieiras (Foto: Google)

Praia PONTA DAS CANAS – Praia da classe média e classe média alta de Floripa, bem privativa, frenquentada basicamente pela comunidade local e alguns visitantes. Apesar do mar aberto, é calmo na maré baixa e de areia larga, boa para caminhadas e práticas de esporte na areia. Antes de chegar na praia há um mirante com bela vista panorâmica. A praia é familiar, mas percebe-se alguns enamorados aproveitando a privacidade do lugar, principalmente no final de tarde. Bem, estive por lá duas vezes e, ao meu ver, isso é comum em quase a totalidade das praias brasileiras. É uma ótima praia, com boa infraestrutura de pousadas, hotéis e casas de veraneio. Acho mesmo que foi somente uma coincidência. Como fiquei incomodado, fui para outra praia.

Praia de Ponta das Canas (Foto: Google)


Sul da Ilha

Praia do CAMPECHE – A origem do nome vem de ”pau-campeche”, uma planta medicinal que também serve como tintura, a exemplo do pau-brasil, mas há uma controvérsia sobre o verdadeiro significado da palavra campeche.  Outra versão é que o bairro foi batizado com esse nome em homenagem ao aviador francês e escritor Antoine de Saint-Exupèry, que descansava ali na década de 1920 quando fazia o correio aéreo na rota Paris - Buenos Aires. Deve-se ter atenção com o trânsito intenso. Na alta temporada a melhor opção são os estacionamentos pagos.

Praia do Campeche - Vista aérea (Foto: Google)
O bairro Campeche é de classe média e está aproximadamente a 32 km do centro de Floripa, no sentido contrário ao aeroporto, com acesso pela SC-405 e depois pela Av. Pequeno Príncipe que termina na entrada principal da Praia do Campeche, com uma pequena rotatória (balão).

Praia do Campeche (Foto: Google)
Praia do Campeche - Vista da Ilha do Campeche (Foto: Google)
É uma bela praia do Sul da Ilha, e a mais parecida com praias brasileiras nordestinas: larga, com areia branca e mar límpido com água fria (neste aspecto não parece). É familiar e um dos principais points de Floripa. Há uma linda vista para a Ilha do Campeche, um atrativo à parte, que pode ser visitada com serviço de traslado realizado por pequenos barcos e botes. Uns riachinhos atravessam o bairro e chegam ao mar suavemente. Como toda praia urbana, devemos nos informar sobre a balneabilidade da água do mar para banhos. Também deve-se ter cuidado com as correntezas, é uma praia de mar aberto. A vegetação é rasteira, por isso não há árvores  e nem sombras para escapar do sol forte, outro detalhe que não parece com as praias nordestinas. A melhor opção é levar guarda sol, barraca ou gazebo.

Praia do Campeche - Entrada principal (Foto: Google)
A entrada principal da praia poderia ser mais estruturada, até pela importância e fama do lugar. Não tem avenida beira-mar e há poucos bares e restaurantes na área da entrada da praia e redondezas. Há muitas pousadas no bairro e pequenos hotéis, mas é melhor garantir reserva para a alta temporada. Como viajei de carro da última vez e cheguei no início da noite, tive dificuldade de encontrar hospedagem no momento da chegada. Há campings.


Praia de RIO TAVARES – Vizinha à Praia do Campeche, é só seguir reto pela SC-405 no sentido Norte da Ilha, e dobrar à direita para a SC-406, que corta o bairro Rio Tavares. A praia é quase privativa, frequentada mais por moradores e um pouco deserta, com areia fofa e água às vezes morna quando o sol está a pino. O bairro foi revitalizado mas, em geral, as ruas de acesso à praia são de cascalho ou areia batida. Há um morro de areia fofa para se transpor e chegar à praia, por trilhas com vegetação de restinga. As vistas são panorâmicas e a praia é ótima para descansar com privacidade, praticar surf e katesurf, devido os ventos fortes. Não há sombras, deve-se levar material de praia (barraca, guarda sol etc). Raramente há comércio ambulante.

Praia de Rio Tavares (Foto: BACR)

Lagoa da Conceição – Não é praia, claro, mas merece destaque aqui. A partir de Rio Tavares, seguindo a SC-406 chega-se à Lagoa da Conceição, que é relativamente grande e subdividida em duas regiões (Lagoa de Dentro e Lagoa de Fora). O bairro é famoso e um dos points de Floripa, pela beleza estonteante do lugar. Há muitas opções de hospedagens, campings, comércio forte e a prática de iatismo e competições aquáticas. Ver a balneabilidade da água no dia da visita mas, em geral, vê-se banhistas.

Lagoa da Conceição (Foto: Google)
Seguindo as placas indicativas pela SC-406, chega-se à Praia da Joaquina (point mundial de surf). Há um morro que dá acesso ao mar, com outras pequenas trilhas. Também há a opção de passar for fora dessa praia (siga as placas), contornando a Lagoa da Conceição no sentido Norte da Ilha em duas direções: à direita, acessar a SC-406 e chega-se à Praia Mole (point de surf), Praia da Barra da Lagoa, Praia de Moçambique (antiga colônia de pescadores e bairro de mesmo nome que está em processo de revitalização. Moçambique é, além disso, a maior praia de Floripa em extensão com quase 8 km). Mais adiante chega-se ao Costão do Santinho, no extremo norte.

Da Lagoa da Conceição, à esquerda segue-se pela SC-403, atravessando uma pequena ponte, que também dá acesso ao Norte da Ilha, mas por dentro do bairro Rio Vermelho até Ingleses. Fiz os dois trajetos, que nos dá uma ideia melhor da realidade local, fora do olho do turista.


Praia PÂNTANO DO SUL – Aproximadamente a 27 km do centro de Floripa, é uma das praias do extremo sul da Ilha, juntamente com as praias da Armação, Lagoinha Leste, Solidão, Naufragados, Caieira, Tapera e Caiacanga. A Lagoa do Peri também fica nessa região. A praia Pântano do Sul é familiar, de mar aberto e água fria, com larga faixa de areia dura e com uma razoável infraestrutura: casas de classe média e classe média alta, bares, restaurantes e boa urbanização. Há escadarias que dá acesso à praia e estacionamentos.

Praia Pântano do Sul (Foto: Google)
BACR

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