terça-feira, 12 de dezembro de 2017

# Costa Oceânica do Estado da Bahia - BA: Belezas naturais estonteantes onde o Brasil foi "descoberto" - Parte I - Costa das Baleias

Costa Oceânica do Estado da Bahia - BA (Foto: Google)
Toda a costa marítima do Estado da Bahia - BA é um presente de Deus, pelas belezas naturais estonteantes do litoral, que foi a região onde os desbravadores viajantes Portugueses fizeram os primeiros contatos com a TERRA DE VERA CRUZ, história pura do Brasil. Atualmente o  próprio Governo do Estado e o setor turístico batizaram trechos dessa orla, com nomenclaturas para facilitar a identificação de sequências de cidades praianas, que vai rumo sul-norte desde a fronteira com o Estado do Espírito Santo - ES até Sergipe - SE. São 900 km de costa banhada pelo Oceano Atlântico, o maior litoral regional das Américas em extensão.

Desembarque de Cabral em Porto Seguro (1500) - Óleo sobre tela de Oscar Pereira da Silva (Foto: Google)
Descreverei, a seguir, algumas cidades e praias do litoral baiano que visitei várias vezes, desde a minha primeira viajem à Bahia em 1979. Muitas dessas cidades e praias, à época que visitei, não estavam inclusas em nenhuma rota turística: eram praticamente desconhecidas.

COSTA DAS BALEIAS

É a região litoral do extremo sul da Bahia-BA, composta pelas cidades de Mucuri-BA, Nova Viçosa-BA, Caravelas-BA, Alcobaça-BA e Prado-BA. Inclui também o arquipélago de Abrolhos, que abriga um berçário de baleias jubarte e a Reserva Extrativista de Cassurubá.

Alcobaça-BA - Vista da Praia da Barra até a Praia dos Coqueiros (Foto: Google)
ALCOBAÇA-BA: As cidades de Alcobaça-BA e Prado-BA estão na fronteira da Costa das Baleias com a Costa do Descobrimento. Mas considero as duas cidades como parte da Costa das Baleias, pelo fato de estarem mais no extremo sul do Estado da Bahia. O acesso para essas cidades é pela BA-001.

Alcobaça-BA: Portal de acesso à cidade (Foto: Google)
Alcobaça-BA: Av. Atlântida (Foto: Google)

Alcobaça-BA: Praia do Farol - Final da Av. Atlântida (Foto: Google)
O que mais me chamou a atenção em Alcobaça-BA, com aproximadamente 25 mil habitantes, foi a Av. Atlântida: uma beira-mar espetacular, bem urbanizada, com casas residenciais e de veraneio, barracas fixas, areia larga e com vista para o mar aberto. Também a barra do Rio Alcobaça é um espetáculo à parte, belíssima. O ponto negativo foi a qualidade da água do mar para banho, devido a chegada das águas do Rio Alcobaça e as correntezas permanentes. Mas a beleza da orla de Alcobaça-BA é indiscutível. Em linha reta, paralela ao mar, encontram-se as seguintes praias: Praia da Barra, Praia do Centro, Praia do Farol e Praia dos Coqueiros.

Alcobaça-BA: Igreja Matriz São Bernardo (Foto: Google)
Alcobaça-BA: Vista aérea do lado do rio (Foto: Google)
O nome da cidade é uma homenagem dos pioneiros portugueses, fundadores da Vila de Alcobaça em 1772, oriundos da cidade de Alcobaça, distrito de Leiria, a 100 km de Lisboa em Portugal. A vila foi promovida à condição de cidade em 1896.



PRADO-BA: Seguindo a BA-001 no sentido sul-norte, depois de 52 km de Alcobaça-BA encontramos a cidade de Prado-BA. Também era uma vila em 1755, passando à categoria de cidade em 1896. Atualmente estima-se uma população de aproximadamente 30 mil habitantes, tornando-se uma das cidades mais visitadas no roteiro turístico da Bahia, juntamente com Alcobaça-BA.

Prado-BA - Vista aérea (Foto: Google)

Prado-BA - Igreja Matriz (Foto: Google)

Prado-BA - Rua típica de povoado (Foto: Google)

Prado-BA - Rua típica de povoado (Foto: Google)
Prado-BA - Beco das Garrafas (rua famosa de bares e restaurantes)


Prado-BA tem uma particularidade: o status é de cidade, mas o espírito é de um povoado acolhedor. Percorrendo as ruas, avenidas, o centrão e a pracinha da Igreja Matriz, temos a impressão de estarmos no século XIX, o que ocorre com muitas cidades da era colonial do Brasil.

Prado-BA - Praia do Centro (Foto: Google)
Prado-BA - Praia de Novo Prado (Foto: Google)

BA-001: Acesso às praias afastadas do centro de Prado-BA (Foto: Google)
Prado-BA - Praia da Paixão, à 11,5 km do centro pela BA-001 (Foto: Google)
Além das praias no perímetro urbano da cidade de Prado-BA, como a Praia do Centro e de Prado Novo, seguindo rumo sul-norte encontramos praias mais afastadas do centro e bastante famosas, como a Praia da Paixão, Praia dos Namorados e a Praia do Totorão, todas ótimas para banho, com água morna e beleza integrada com mata nativa, falésias e mar aberto.



BALNEÁRIO PRAIA DE GUARATIBA-BA: Fiquei surpreso quando me hospedei nesse balneário, pela infraestrutura do lugar, com ruas planejadas e largas avenidas, casas de veraneio, pousadas e hotéis com quadras de tênis e campos de futebol, um pequeno estuário, trilhas pela mata nativa e uma bela praia. O acesso é super fácil, pela BA-001 - Rodovia Alcobaça-Prado, no km 10. Abro aqui uma exceção para citar onde fiquei: o Hotel Villa Esmeralda (Av. Lago Maggiore, Quadra 123). Esqueça o agito, é um oásis maravilhoso para descansar e extremamente familiar: espetaculares chalés, restaurante com comidas típicas padrão internacional, piscina grande com água natural morna e límpida, a 100 metros da praia. Passei uma semana desfrutando da paz do lugar e queria ficar mais.

Praia de Guaratiba-BA (Foto: Google)
Praia de Guaratiba-BA (Foto: Google)

Praia de Guaratiba-BA: amanhecer (Foto: Google)


Praia de Guaratiba-BA: um dos acessos à praia (Foto: Google)
Observo apenas que nas proximidades do hotel, no extremo norte do balneário, a praia, apesar de bela, não é adequada para banho. O mar é violento, devido as fortes correntezas. A areia da praia é dura e há uma camada de lama de mangue exposta e algas. Além disso, o mar avançou e destruiu alguns imóveis pé na areia. Mas é excelente para caminhadas e, mais à frente, encontra-se um trecho melhor para banho. Enfatizamos que deve-se ter muito cuidado com as correntezas. Fora isso, o lugar é um luxo.

BACR

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

# DE MOTO: Brasília-DF a Caldas Novas-GO

BR-060: Trecho Brasília/DF - Goiânia-GO (Foto: Google)
Quem vai a Caldas Novas-GO de moto ou carro, partindo de Brasília-DF, há duas rotas a seguir: por Goiânia-GO (BR 060) ou por Luziânia-GO (BR 040). Os dois caminhos são bons, mas com características de viagem distintas.

BR O60 - De Brasília-DF a Caldas Novas-GO, passando por Goiânia-GO, temos a BR 060: é uma estrada federal de pista dupla, bem pavimentada, sinalizada e há pedágios. No universo do motociclismo estradeiro essa BR ficou recentemente batizada como Rota 60, com diversos pontos de parada para descanso, boas lanchonetes, restaurantes, shopping, fábricas, alguns povoados e três cidades (Alexânia-GO - 76 km, Abadiânia-GO - 102 km  e Anápolis-GO - 150 km) até chegar em Goiânia-GO - 194 km. E o principal: belíssimas paisagens! O limite de velocidade é 110 km/h em alguns trechos.

A BR 060 tem início no entroncamento da Saída Sul, em Brasília, com a BR 040. Segue ao lado da cidade satélite Núcleo Bandeirante-DF, até o encontro da BR-153 (Belém-Brasília ou Transbrasiliana) em Anápolis-GO. A partir daí, a BR-060 mescla-se com a BR-153, que segue rumo à Itumbiara-GO e ao sul do País.

BR-153: Trecho Goiânia-GO - Itumbiara-GO (Foto: Google)
Já na BR-153, após passarmos por Goiânia, Aparecida de Goiânia e Hidrolândia, devemos ter atenção para a entrada com destino a Caldas Novas. É a esquerda, depois do pedágio, precisamente no km 554, pelo acesso a uma via marginal (à direita) que passa em frente a um posto de gasolina, até uma rotatória (balão). Há placas indicativas. Desse ponto em diante, seguimos pela GO-217, passando pela cidade de Piracanjuba-GO (Av. João Costa e Silva) até mesclar-se com GO-139, que dá acesso finalmente à Caldas Novas pela GO-213.

A condição das estradas de acesso a Caldas Novas-GO são boas, porque quase a totalidade foi reformada, oriundas de todas as regiões, mas deve-se ter cuidado: em alguns trechos há curvas perigosas e pouco ou quase nada de acostamento. Também há trechos ainda em obras, o que requer olho vivo redobrado. Além disso, o trânsito é capcioso, principalmente nos finais de semana: o ritmo é intenso e veloz. E há muita imprudência.

Cultura e turismo – O que vemos a partir de Brasília até Caldas Novas são paisagens belíssimas. As terras, geralmente grandes fazendas, são produtivas e bem cuidadas, como em todo o Centro-Oeste. Há abundância de produção de soja, milho, sorgo e gado, além de outras culturas agrícolas. A mata do cerrado também é bela e peculiar. E há fartura de captação de águas: fontes naturais, riachos, rios, represas e lagoas. Saindo do asfalto, encontramos casas coloniais, engenhos, carros de boi e casas de farinha. Um espetáculo do Brasil Colônia. Algumas fazendas se tornaram hotéis fazenda e casarões antigos em pequenas sedes de comércio: lanchonetes, restaurantes, lojinhas, bazar, mercearias etc. O Brasil é espetacular e riquíssimo, tanto economicamente quanto culturalmente!

BR 040 - Outra opção para quem quer ir a Caldas Novas-GO, partindo de Brasília-DF, é pela BR 040, duplicada: também pela Saída Sul, passando pelo bairro Park Way, chega-se até Luziânia-GO a aproximadamente 45 km. Após entrar na via principal da cidade, a Av. Alfredo Nasser, pega-se a GO-010 (em frente a um posto de gasolina à esquerda, depois de um semáforo) até Vianópolis-GO (105 km), seguindo as placas indicativas. Daí, a São Miguel do Passa a Quatro-GO, são 101 km pela GO-139. Em seguida, depois de 20 km, chega-se a Cristianópolis-GO, e vamos até o cruzamento com a GO-213, que finalmente dá acesso a Caldas Novas-GO, totalizando 300 km percorridos a partir de Brasília-DF.

Atenção – Nesse percurso deve-se ter bastante atenção nas estradas, que são estaduais (mão e contramão). Em geral o asfalto é bom, mas são estradas apertadas e bastante sinuosas, que geram um certo perigo. Fora de temporada, são estradas desertas, com pouco trânsito. Na alta temporada, o trânsito é intenso e veloz e, como em todo o país, há irresponsáveis nas pistas e bastante imprudência.

Clima – Também é superimportante verificar as condições do clima pois, nas grandes estiadas do cerrado no Centro-Oeste, o problema da baixa de umidade do ar é agressivo: a pele resseca, sangramento pelo nariz, olho seco, sede excessiva e falta de ar para respirar. Por isso, leve consigo bastante água, para hidratar o corpo. Molhe o rosto com água continuamente. As paradas de descanso são obrigatórias, para que a viagem se torne confortável. Em tempo de chuva, pilotar com equipamento adequando e olho vivo redobrado nas estradas e no trânsito. Não siga viagem com chuva forte. Além disso, motos e carros deverão estar devidamente revisados.

BACR

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sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

# CALDAS NOVAS – GO: Meca das águas quentes, transbordando de gente

A cidade de Caldas Novas-GO está situada no sul do Estado de Goiás, aproximadamente a 300 km de Brasília, 160 km de Goiânia e a 183 km de Uberlândia-MG. Minha primeira viagem a cidade foi no início da década de 90, quando ainda existia um clube espetacular chamado Berro D'Água: extremamente familiar, privativo, com área de camping, piscinas de água corrente a 32 graus (uma rasa grande com bar molhado, outra grande funda para adultos e outra menor rasa para crianças, com um chafariz no modelo cogumelo no centro da piscina e com uma ornamentação de águas em cascata, que era a felicidade das crianças). Também havia o Hotel Paineiras: amplo, muito confortável, apartamentos com garagem privativa estilo primeiro andar e térreo, três piscinas de água quente, bosque, tobogã, campo de futebol gramado, ótima localização, camping e preço justo.

Caldas Novas - Localização geográfica (Google)
Já conheci Caldas Novas desenvolvida, comparando com outras cidades do interior do Brasil, e sempre fiquei hospedado na zona central da cidade ou no tranquilo Bairro do Turista, conjugado ao centro e onde ficava o querido clube Berro D’Água e o Hotel Paineiras, que infelizmente não existem mais, assim como centenas de casas residenciais e casas de veraneio. Também até o final da década de 90 a cidade ainda conservava aquele maravilhoso sossego de cidade do interior, com aproximadamente 25 mil habitantes. A motivação para irmos para lá era obviamente as águas termais e exatamente a tranquilidade do lugar. Andava-se devagar, arrastando chinelos, ruas limpas, pracinha central com jardins e árvores frondosas, coreto e igreja matriz no estilo colonial. Não havia engarrafamentos, mar de espigões (havia poucos), e a vida ali corria calma e com uma certa camaradagem generalizada: no comércio, hotéis, clubes etc etc. Recebíamos tratamento cortês em todo lugar. Em síntese, era um porto seguro para se descansar, e era para lá que íamos (eu, esposa e filhos) quatro vezes por ano, sem fazer reservas antecipadas.

Caldas Novas: vista aérea 2017 (Foto: Google)

Igreja Matriz: fachada frontal (Google)

Igreja Matriz: fachada lateral à esquerda (Foto: Google)

O tempo passou ... e a cidade expandiu sobremaneira com o turismo de águas termais. Aeroporto com voos chater, grandes ruas e avenidas, reforma das estradas de acesso a cidade e da pracinha central, que era e ainda é maior point de Caldas Novas: extinção do coreto, reforma da igreja matriz e anexos com grades de proteção, instalação de jatos d'água sobre pressão que sai do piso da praça com iluminação especial. Quando estão funcionado, ajudam a amenizar o clima seco do cerrado e também servem como uma atração à parte.

Também houve uma revitalização do comércio ao redor da pracinha, extinguindo o trânsito de carros em uma via lateral, que tinha uma banca de revista e um o ponto inicial do trenzinho de passeio turístico pela cidade. O respectivo espaço foi cedido para bares e restaurantes: há  uma cultura de abordagem permanente dos funcionários aos transeuntes, com convites para se consumir ali. Também houve uma multiplicação dos espigões (apartamentos, hotéis etc), loteamento das áreas adjacentes da cidade, criação de novos clubes, hotéis pequenos e de grande porte, resorts, casas e espaços para shows etc etc. Enfim, o progresso chegou e alterou o ritmo da cidade.

Praça Central: movimento das águas à noite (Foto:Google)

Praça Central: movimento das águas durante o dia (Foto:Google)

Ainda continuo indo para lá pelo menos uma vez por ano, porque de fato gosto muito da cidade e das águas termais, que fazem um grande bem para a saúde e nos tira a tensão do dia a dia, além das boas estradas de acesso, que também me motiva a ir muitas vezes de moto. Mas chego e não circulo mais pela cidade e, principalmente, pela pracinha central: fico em campings, hotéis ou pousadas, e evito sair. Não dá, pela quantidade de pessoas e carros nas ruas. Parece que há um permanente 'espírito' de carnaval ou feriadão: multidões, multidões e multidões para serem atendidas em tudo. Certa vez, faltou até gasolina nos postos da cidade.


Caldas Novas - Bairro do Turista 2017 (Foto: Google)
Bem, sei que temos que aceitar a realidade, evidentemente. Mas quando ela muda para valer, se quisermos continuar a viver, temos que nos adaptar. É o que temos que fazer. Mas tenho saudade de Caldas Novas antiga, levando meus filhos para o Berro D'água ou para o Paineiras que eram fantásticos e, nos finais de tarde, comer algodão doce com as crianças na pracinha central e ouvir a retreta tocar músicas regionais ou infantis. Era o tempo que a cidade nos recebia com calma e sossego. Bem, atualmente, sou somente mais um turista que pode gastar em uma cidade de aproximadamente 85 mil habitantes.

BACR

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